Além do Bem e do Mal

No dia vinte e cinco de agosto de 1900 morria Nietzsche. Uma existência atormentada pela doença, pelos amores e desamores, conflitos íntimos e, sobretudo, pela construção de uma filosofia destinada a influir, em extensão e profundidade, na obra dos principais filósofos contemporâneos. Deleuze e Foucault, entre eles. Em Além do Bem e do Mal — uma obra afirmativa voltada à apresentação dos novos valores da moral, entendida como instrumento de superação das limitações impostas pela civilização judaico-cristã — encontra-se uma arguta crítica à modernidade e às suas conseqüências. Este livro, dividido em nove brochuras, foi recusado pela maior parte dos editores de seu tempo e só veio a lume em 1886, com a contribuição financeira de seu autor. Os editores temiam a repercussão das obras do filósofo sobre o catálogo e, assim, dificultavam a difusão de um trabalho cujas luzes têm fecundado a reflexão contemporânea. Em sentido inverso, por ocasião do centenário de sua morte, temos a satisfação de facilitar o acesso a um de seus textos fundamentais, cientes da importância de que se reveste o pensar dos valores.