CADERNO DE ESTUDOS GOB A Borda Festonada, A Estrela Flamejante, a Corda de 81 Nós e as Colunas

Share on FacebookShare on Google+Tweet about this on TwitterEmail this to someone

VISITEM O PORTAL OFICIAL DA SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA MAÇÔNICAS DO GOB : http://sgec.gob.org.br

 

Conheçam os textos Filosóficos e Históricos, Documentos antigos inéditos, Hitória do Grande Oriente do Brasil, Instruções, Educação e Cultura, Arte, Ciência… E muito mais…

CADERNO DE ESTUDOS GOB – João Francisco Guimarães – Cartilha Maçônica –  (c) copyright Madras Editora –

 

<p>A Borda Festonada,</p> <p>A Estrela Flamejante, a Corda de</p> <p>81 Nós  e as Colunas</p>

 

 

<p>A Borda Festonada</p> A Borda Festonada é colocada no perímetro da Loja e também é um dos ornamentos. Sua forma e colocação tem variado, sendo que no Templo de Salomão era colocada de forma marcheteada ou entalhada em volta de todas as paredes, tanto interna como externamente, e formada de querubins, palmeiras e flores abertas.

Posteriormente, já nos Templos maçônicos, a Borda Festonada era marcada no piso e formada com símbolos da Ordem. Finalmente, foi colocada entre as paredes e o piso, simplificada, com fios torcidos, ou franjas. Geralmente, é pintada.

A Borda Festonada presta-se para muitas interpretações simbólicas. Simboliza a “borda” que, ao redor do Sol, forma os planetas em suas diversas revoluções. É a muralha protetora em torno da humanidade, como a muralha da China protegendo o seu povo. Os laços que se vêem formados pela Borda nos quatro cantos da sala simbolizam temperança, fortaleza, prudência e justiça. Também simbolizam as quatro ordens relacionadas com os elementos da terra, água, ar e fogo. Espiritualmente, relembra a Cadeia de União, o Círculo protetor e a unidade ininterrupta entre os maçons.

Outros nomes são dados à Borda Festonada, como Borda Dentada, Franja Dentada. A Borda Festonada termina com uma borla em cada extremidade sem maior significado simbólico. A sua cor varia, mas de preferência será dourada.

A Estrela Flamejante

É o terceiro ornamento da Loja e sua colocação tem sido objeto de discussões, pois seu lugar será de destaque e no centro da Abóboda Celeste, tanto por ser o lugar próprio para uma estrela como porque simboliza a Divindade.

Porém, nas Lojas a vemos colocada ou sobre o dossel do Venerável ou sobre a porta de entrada, portanto, ou no Oriente ou no Ocidente e também sobre o altar do 2º Vigilante.

Contudo, a posição material não acarreta muita dificuldade. O seu nome define-a como uma estrela flamante, cujos raios são ondulantes.

Não é a única estrela existente dentro de uma Loja. Além das constelações que formam os signos do Zodíaco, encontramos três estrelas: uma de cinco pontas, outra de seis e a terceira de sete pontas.

A Flamejante possui seis pontas e usualmente é feita de cristal, iluminada por dentro com luz artificial. Como reflexo no piso coloca-se uma réplica, mas móvel. No centro, grava-se a letra “G” que significa o Grande Geômetra. Outros colocam a letra “J” significando Jeová. Também a letra “G” pode ser substituída por uma Cobra que morde a própria cauda, simbolizando a inteligência suprema e eterna. A evolução da cobra deu margem à letra “G”.

A imaginação criou várias formas de Estrela Flamejante chegando a torná-la como que um candelabro contendo luzes que se acendem, alimentadas a óleo. O candelabro sobe e desce por uma roldana.

Em algumas Lojas, a estrela é de ouro com pontas alongadas e retorcidas imitando raios flamígeros. Ela pode simbolizar o próprio Sol ou o Fogo Sagrado, como reflexo da Luz de Deus. É chamada também a Estrela de Davi e representa o homem de braços e pernas abertas, sendo a ponta que desce em perpendicular o membro viril.

É um emblema da unidade do Espírito com a matéria de Deus manifestado em seu Universo.

A estrela de cinco pontas coloca-se no Oriente, na parede acima do dossel do Venerável, sendo a Estrela do Oriente ou a Estrela da Iniciação. É a que simbolizou o nascimento de Jesus.

É o símbolo do homem perfeito, da harmonização plena entre Filho e Pai; o homem em seus cinco aspectos: físico, emocional, mental, intuitivo e espiritual. Totalmente realizado e uno com o Grande Arquiteto do Universo. É o homem de braços e pernas abertos, mas sem virilidade, porque dominou a paixão.

A estrela de sete pontas é desenhada no painel da Loja e é colocada sobre a escada de Jacó, que conduz aos Céus. Seu simbolismo é setenário; as sete principais direções em que lentamente se move toda vida até entrar em perfeita harmonia com o Grande Arquiteto do Universo; as sete maneiras pelas quais o homem pode chegar à perfeição; as sete emanações ou raios que o Grande Arquiteto do Universo espargiu no Universo; a idéia crística dos sete espíritos que estão ante o Trono do Criador; os sete poderes peculiares que o adepto conquistou para chegar à perfeição; as sete cores do arco-íris; as sete notas musicais; os sete sentidos sensoriais; os sete estados de consciência do homem, etc.

As estrelas são construídas usando-se o compasso, esquadro e régua, e são resultado de um longo aprendizado de sete anos, destinado aos aprendizes maçônicos.

<p>A Corda de 81 Nós</p> Em torno da Loja, entre o término das Colunas e o início da Abóboda Celeste, coloca-se um cordão que, de espaço em espaço, apresenta um nó simples, terminando as pontas do cordão em duas borlas; a grossura do cordão e o material de que é feito dependem do que disporá o Arquiteto da Loja.

Este Cordão tem significado simbólico, porque diz respeito aos próprios Obreiros. O Cordão é composto de múltiplos fios que isolados são frágeis, mas que, no conjunto, apresentam-se muito resistentes, e confirma o adágio de que a união faz a força, lembrando aos maçons que enquanto unidos podem lutar contra o vício.

Representa, outrossim, a Cadeia de União, interrompida, porque ornamento. Os nós significam os elos da Cadeia de União, ou seja, representam todos os maçons, sem qualquer distinção, demonstrando que fazem parte integrante da Loja sem se fundirem e perderem a individualidade.

Representam os nós, também, as dificuldades da Vida e que o maçom deve esperar sempre o pior e o difícil e que, para conquistar algo, faz-se necessário o desfazimento do nó.

São 81 nós, e este número é altamente simbólico, porque representa a máxima multiplicação do número 9, considerado perfeito por ser múltiplo de três, e sua elevação ao cubo.

Desde que surgiu, o número 9 é considerado o perfeito entre os perfeitos, pois qualquer combinação que se faça com ele o resultado será sempre o mesmo. É o símbolo da Imortalidade, da Regeneração e da Vida Eterna.

Algumas seitas religiosas usam este cordão em torno de sua cintura e verificamos com facilidade entre os religiosos capuchinhos da Igreja Católica Apostólica Romana, o cordão com nós.

Serve entre alguns povos como instrumento de oração, de alfabeto, de mensagem, e deu origem ao Rosário Católico. Os próprios indígenas norte-americanos gravaram suas mensagens, como o faziam os incas e os astecas, por meio de nós em barbantes coloridos.

<p>As Colunas</p> Ao nos referirmos às colunas maçônicas, seja-nos permitido dizer que o desenvolvimento da arquitetura afastou dos Templos Maçônicos o estilo primitivo, pois as que se adotam na atualidade são de três ordens: Dórica, Jônica e Coríntia. Até as duas colunas do átrio distanciaram-se tanto das idealizadas por Salomão que apenas conservaram os símbolos representados pelas romãs.

A história das colunas é atraente, posto pouco se saiba a respeito dos seus criadores.

Iniciaremos o estudo descrevendo o que seja uma Coluna no aspecto material.

As primeiras colunas foram erguidas para expressar sentimentos religiosos, isoladas, como um bloco monolítico, encontradas simultaneamente em todos os povos e épocas.

As colunas não são necessariamente construídas de pedra ou alvenaria. As colunas de um jornal; coluna de vértebras; de objetos superpostos; de fogo; de água; de fumaça; coluna de soldados; coluna moral, etc.

No Antigo Egito, as colunas eram monólitos. Temos na ordem arquitetônica clássica oito espécies: Salomônica, Egípcia, Assíria, Dórica, Jônica, Coríntia, Compósita, Toscana.

Cada coluna obedece a medidas exatas e se divide em nove partes: saco, cornija, base, fuste, capitel, arquitrava, friso e cornija.

Consoante o estilo em cada uma dessas partes, surgem os ornamentos peculiares.

Em toda a parte, desde a Antiguidade até os nossos dias, erguem­se colunas comemorativas. As mais célebres são: as de Trajana, em memória da vitória de Trajano sobre os Dácios com uma altura de 29 metros; a Antonina, erigida no campo de Marte a Antonino o Pio, com 23 metros; a Coluna de D. Pedro IV, em Lisboa; a coluna de Nelson, em Londres; a coluna do Grande Exército, em Bolonha.

Com a arquitetura moderna, tudo o que se ergue ao alto também é uma coluna, posto assumam formas e posições inusitadas.

Há uma coluna, em Nova Delhi, de ferro que não oxida devido ao clima seco, como há outras curiosidades em toda a parte, desde a Ilha da Páscoa até as grandes metrópoles.

A Coluna do Templo de Salomão vem descrita à parte, fielmente transcrita do que narra a própria Bíblia.

Algumas peculiaridades dessas colunas, por exemplo, a coluna Dórica, que é a mais simples e vigorosa e a mais antiga, caracteriza-se pela ausência de base, assentando a coluna sobre o embasamento geral. É de forma cônica com um ligeiro engrossamento do terço superior. O fuste é canelado de arestas vivas. O capitel tem vários filetes, um toro ou espinha dilatados, que suporta uma goteira quadrada. O entablamento compõe-se de uma aquitrava elevada e lisa, de um friso decorado com métopes e triglifos e de uma cornija guarnecida de mútulos inclinados. No Partenon, nos Propilios e no Templo de Pestum são encontradas essas colunas dóricas.

A coluna Jônica caracteriza-se por possuir um capitel ornado de duas volutas laterais.

A coluna Coríntia é a mais formosa pela harmonia de suas proporções e pela decoração de folhas de acanto dos seus capitéis. A princípio, essa ordem foi usada isoladamente como ornamento, como no monumento Corégico de Lisicrato e Torre dos Ventos, em Atenas, e posteriormente, como as demais colunas nas partes secundárias dos grandes edifícios. Os exemplares mais perfeitos encontram-se na Itália: no Templo de Vesta em Tivoli; de Minerva, em Assis; o Panteon e o Templo de Antonino, em Roma.

A coluna Coríntia possui um fuste liso ou canelado com vinte a trinta e duas caneluras. A base é Ática ou Jônica. A altura do entablamento é a quinta parte da altura da coluna. O friso é muito ornamentado ou liso e a cornija também varia nas suas proporções e decoração.

As colunas árabes que se vêem em Portugal e Espanha fogem aos estilos clássicos romano e grego. Há também a composição entre várias ordens e estilos, surgindo belos trabalhos, como a Coluna Compósita.

Miguel Angelo, Bellini e outros adornaram o Vaticano com colunas exóticas.

Há um sem-número de estilos modernos, a saber: Ática, Gótica, Rostada, Abalaustrada, Embebida, Isolada, etc.

\

As Colunas do Templo Maçônico moderno são em número de 12, correspondendo cada uma delas a um signo do Zodíaco, e diferem uma da outra, obedecendo aos estilos arquitetônicos anteriormente referidos, incluindo as Salomônicas.

Os construtores de Templos modernos não se puseram, ainda, de acordo para unificar um estilo maçônico, e em cada Templo vemos uma confusão de estilos e a colocação desordenada.

Cremos que o certo seria seguirmos os moldes, guardadas as proporções, do Templo de Salomão, e deixarmos as duas Colunas Salomônicas, a “B” e “J”, do lado de fora do Templo, em seu átrio.

Caso contrário, teremos dentro de um Templo ou apenas 12 colunas, que sustentam a Abóbada Celeste e representam o Zodíaco, ou então quatorze.

As Colunas são colocadas, seis ao norte e seis ao sul. Representam, além do Zodíaco, os meses do ano, as suas estações.

O seu sentido simbólico tem muito mais amplitude, porque as Colunas são a base mental da Loja.

As principais Colunas, porém, não são visíveis, pois estão representadas: a Dórica pelo Venerável Mestre; a Jônica pelo Primeiro Vigilante e a Coríntia pelo Segundo Vigilante.

Há uma Coluna totalmente invisível e que não pertence a nenhuma ordem ou estilo. É a Coluna que se ergue a partir do Ara até o Grande Arquiteto do Universo.

Essa Coluna totalmente invisível é a soma das outras três, como o Espírito Uno é a soma do Pai, Filho e Espírito Santo, ou de qualquer trindade religiosa, Shiva, Vishnu e Brahma, etc.

A Sabedoria, a Força e a Beleza são os três atributos do Grande Arquiteto do Universo. No Cristianismo maçônico, o Venerável representa a Vontade Crística; o Primeiro Vigilante representa o Amor Crístico; o Segundo Vigilante representa o Pensamento Crístico.

Cada Dignidade e Oficiais da Loja representam uma coluna, bem como cada Mestre, Companheiro e Aprendiz. Podemos dizer, para que haja exata compreensão, que uma Loja é um conjunto de colunas visíveis e invisíveis e que cada coluna sustenta algo.

Essas colunas não são da mesma dimensão e altura, pois as medidas variam de conformidade com o conhecimento que cada um possui, que lhe dá a evolução mental.

Mas todas se dirigem aos astros, como demonstraremos a seguir: a do Venerável, ao Sol (ciência e virtude). A do Primeiro Vigilante, a Netuno (purificação e estabilidade). A do Segundo Vigilante, a Urano (eternidade e imortalidade). A do Primeiro Experto, a Saturno (consciência, firmeza e experiência). A do Orador, a Mercúrio (força e firmeza). A do Secretário, a Vênus (beleza e candura). A do Tesoureiro, a Marte (honra e valor). A do Mestre de Cerimônias, à Lua (pureza e temperança).

As colunas colocadas no pórtico, as denominadas Colunas de Salomão, são as colunas espirituais da Loja.

Por sua vez, elas também sofreram alterações desde as épocas imemoráveis, pois representavam as estrelas polares do norte e do sul, Hórus e Seth, para modificarem-se com os nomes de Tat e Tatu, que significam “em fortaleza” e “estabelecer”, e finalmente, com as palavras Boaz (em fortaleza) e Jachin (estabelecer) com o significado final de que a Casa do Senhor será estabelecida em fortaleza.

Dentro do Templo de Salomão, as duas colunas representavam a lembrança da fuga do povo de Israel de Egito, quando Jeová o dirigia de dia por meio de uma coluna de fumaça, e à noite, por  uma de fogo.

Segundo a descrição feita no Livro I Reis, capítulo 7, versículos 15 a 22, assim eram as duas colunas:

“Pois formou as duas colunas de bronze tendo cada uma delas a altura de 18 cúbitos (ou côvados, igual a 66 centímetros) e uma circunferência que correspondia a uma linha de 12 cúbitos.

Fez também dois capitéis de bronze fundido para os pôr sobre o alto das colunas; um capitel tinha cinco cúbitos de altura, e o outro capitel tinha também cinco cúbitos de altura.

Havia redes de malhas e grinaldas de cadeias, para os capitéis que estavam sobre o alto das colunas: sete para um capitel e sete para o outro.

Fez as colunas, e havia duas ordens de romãs ao redor por cima de uma rede para cobrir os capitéis que estavam no alto das colunas; assim também fez para o outro capitel.

Os capitéis que estavam no alto das colunas no pórtico na parte que figurava lírios tinham quatro cúbitos.

Perto da parte globular, próximo à rede, os capitéis, que estavam em cima das duas colunas, tinham duzentas romãs, dispostas em ordens ao redor sobre um e outro capitel.

Levantou as colunas no pórtico do templo: tendo levantado a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jachin; e tendo levantado a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.

O trabalho figurando lírios estava em cima das colunas; assim acabou a obra das colunas.”

Os detalhes de construção das colunas obedeceram, evidentemente, a riqueza do artesanato da época, ciosamente guardado em segredo. As ­colunas eram ocas e serviam para a guarda dos arquivos, os Livros da Lei e outros documentos.

O formato do capitel, lembrando uma urna, sugeriu a alguns autores que simbolizaria o globo terrestre, com os pólos achatados.

As primeiras notícias a respeito de que a Terra seria redonda vieram dos gregos antigos e tudo nos faz acreditar que Hiram conhecia perfeitamente a teoria e a concretizara nessas colunas.

Somente com a descoberta da América é que ficará comprovado de que a Terra seria um globo.

Os ornamentos compostos de lírios, folhas e romãs certamente deviam ter o seu significado.

A grinalda, composta de três fileiras de lírios que encobrem a linha que une o fuste com o capitel, mostra as flores abertas e desabrochadas intercaladas com folhas. A grinalda colocada acima é composta de botões de lírios, pendentes e de pé.

Não podemos esquecer o significado das colunas de que “como é acima, também o é abaixo”, ou seja, que a Terra reflete os Céus. Se acima do fuste foram colocadas flores, frutos e uma rede, forçosamente simbolizariam algo de espiritual.

O lírio tem o mesmo significado do lótus para o povo oriental, sendo uma flor “espiritualizante” que revela pureza e candura, simbolizando o própro homem em êxtase.

Os lírios são os iniciados e são dispostos em três etapas; os botões da fila superior simbolizam os iniciados nos mistérios de Ísis; os da fila ­central e desabrochados simbolizam os iniciados de Serapis, com o seu esplendor; a terceira fila, dos lírios pendentes, simboliza os iniciados nos mistérios de Osíris que desceram ao mundo para auxiliar e iluminar a humanidade.

Para relembrar a construção do Templo, significariam os três graus de Aprendizes, Companheiros e Mestres.

As romãs são os frutos que surgem do labor executado nos iniciados. Cada romã contém em si um sem-número de sementes perfeitamente unidas e dispostas com equilíbrio de uma cor vermelha luminosa. Simboliza a união e a fecundidade.

As cadeias com os seus elos diferentes simbolizam as raças, ­mormente porque diversos povos foram empregados para a construção do Templo.

A rede que envolve o capitel simboliza a evolução, formada de figuras geométricas todas iguais à semelhança de um favo de abelha. Não há referência de que material teria sido construída a rede, mas sem dúvida seria de fios de ouro.

O aspecto colorido das colunas, de bronze, encimadas com flores brancas, frutos sazonados, rede dourada, devia ser de efeito artístico muito belo.

O segmento superior e esferóide apresentava-se completamente liso e despido de ornamentos, significando que, ainda, havia alguma coisa inexpressável e incognoscível.

A colocação das colunas obedecia a uma razão iniciática, porque por elas teriam de passar os que provinham do mundo profano em busca da iniciação, perdendo as suas paixões e vontades.

Entre colunas, o profano neutralizava-se e despia-se de tudo o que julgava possuir valor. Somente depois do homem “estar estabelecido em fortaleza” teria forças para viver em sabedoria.

Jamais podemos esquecer, contudo, que muitas das interpretações que os autores cabalísticos e teosóficos pretendem dar às colunas não podem ser aceitas sem antes verificar se não vão de encontro à tarefa que Salomão se propusera executar: construir um Templo ao Senhor!

As únicas figuras que Salomão se permitira colocar dentro do Templo foram os Querubins e os Touros, no “Mar de Bronze”; não há nenhuma imagem, nem de Ísis nem de Osíris.

Não poderia Salomão enganar ao seu Senhor, construindo as colunas em substituição às imagens, para que simbolizassem outros poderes e que viessem mais tarde dar margem à idolatria de seu povo.

Porém, analisando com profundidade os textos bíblicos, podemos deduzir deles grande parte do significado simbólico não a das duas colunas, mas de tudo o que fora construído. Esse será um trabalho de erudição e que foge ao programado para a presente obra.

As colunas modernas são uma pálida imagem das colunas salomônicas e de forma geral encontramos nos Templos as da ordem Dórica, Jônica ou Coríntia, prevalecendo esta última, encimadas por um globo sobre o qual se colocam três romãs.

São construídas de gesso, mantendo-se brancas e raramente se apresentam douradas ou bronzeadas.

A rigor, seria a coluna “B”, bronzeada, e a coluna “J”, dourada, sendo uma opaca e outra brilhante.

A coluna “B” recorda a coluna de fumaça que obscurecia a visão dos egípcios perseguindo os israelitas em sua fuga. Simboliza a força e representa a Terra, eis por que é encimada por um globo terrestre. Essa coluna deveria, pelo menos, conter alguns lírios e tudo coberto por uma rede. O seu tamanho não vem fixado por nenhuma norma. Nem sequer obedece a qualquer proporção, fixando-se geralmente em três metros. A original deveria ter 15 metros e 18 centímetros, ou seja, 23 cúbitos ou côvados.

As colunas atuais servem exclusivamente de ornamento, pois não são ocas e não contêm os três repartimentos onde eram colocados os tesouros, as ferramentas e o Livro da Lei.

A coluna “B” pertence ao Segundo Vigilante, e aos seus pés é colocada uma pedra bruta, tendo ao lado um Maço ou Malho.

A coluna “J” deveria ser construída de uma ordem diversa à da coluna “B”, sendo o certo a ordem Jônica. É de cor mais clara e brilhante, posto esse detalhe não seja observado. Representa a coluna de fogo que dirige os fugitivos pelo deserto.

A coluna é encimada por uma esfera celeste representando o Universo. Possui as mesmas romãs, lírios e rede. Aos seus pés, coloca-se a Pedra Polida e pertence ao Primeiro Vigilante.

\

São três as colunas de Templo: o Saber, o Belo e a Força, isso para fugir às palavras convencionais.

Há muito convencionalismo dentro de um Templo o que nos torna fleugmáticos; a rotina mata o entusiasmo maçônico.

As três colunas do Templo, certa ocasião, foram colocadas no monte denominado “Calvário”.

A do centro estava ocupada pelo Cristo: o Supremo Saber; ao seu lado direito, Dimas, o belo; sua Beleza proveio do arrependimento e do pedido humilde que fez ao Mestre: “Lembra-te de mim quando estiveres em teu Reino.”

A Força é representada pelo malfeitor à sua esquerda: um homem, também filho de Deus, mas que só conhece um atributo; por absurdo que pareça e por contraditório que possa ser, o quadro completa-se  com as três cruzes, que se fundem em uma só.

Dentro do Templo, temos a fraqueza humana, equilibrada pela humildade e beleza de quem se arrepende. Tudo isso é Sabedoria.

Jesus morrera crucificado, conduzindo consigo, em sua sorte que no momento parecia pesadelo, os outros dois, que diante das leis humanas eram considerados malfeitores.

Cumprira-se uma profecia; mais que isso, uma trilogia desconcertante, mas gloriosa.

Aquilo que possa escandalizar o homem, para o Grande Arquiteto do Universo é traçado perfeito.

A compreensão de um símbolo deve ser, às vezes, afastada do convencionalismo.

A simetria, as regras, as habitualidades, as rotinas devem ­desmoronar.

O próprio véu do Templo de Salomão não se rasgara com a morte dos três crucificados?

As três colunas do Templo são vivas; perfeitas sempre, porque são obra de Deus. Incompreensíveis para os homens, porque o Templo é de Deus.

Desconcertantes, porque o que deve imperar é a Vontade de Deus e não a dos homens.

Ninguém pode julgar ninguém.

A Maçonaria está acima da concepção humana do que possa estar certo ou errado. Ainda hoje, há Lojas nos Estados Unidos da América do Norte que vedam a entrada do maçom negro.

Os erros e os acertos também podem ser simbolicamente interpretados, dependendo do estado d’alma de cada um.

São três as colunas do Templo: o meu “EU” superior e interno; o meu “ego”, que está na superfície de meu ser;  e a minha “personalidade”, que amoldo de conformidade com as conveniências. Duas falsas, perante uma só real.

Três são as colunas do Templo: Eu, meu próximo maçom, meu próximo profano.

Posso unir os três?

Posso colocá-los no topo de um “Calvário”?

Poderá meu “EU” Crístico (ou Excelso Arquitetônico Universal) redimir “esses” dois próximos?

As colunas do Templo são três: a Sabedoria da minha compreensão e entendimento; a beleza de minha alma refletindo o conhecimento; e a fortaleza de meu espírito enriquecido pela Trindade simbólica maçônica.

Fugindo ao convencionalismo, entremos em nós mesmos dentro do Verdadeiro Templo e coloquemo-nos ajoelhados diante de cada Coluna.

Sentiremos então, tenho certeza, a proteção benéfica das Três ­Colunas!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *