GRANDE LOJA DA MARCA E A GUERRA DA CRIMEIA – ANDREW PRESCOTT

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O texto a seguir é parte integrante da obra: A História da Marca  – Andrew Prescott, 2012, e todos os direitos pertencem a Madras Editora.

A História Oficial

Entretanto, a maioria dos relatos sobre o desenvolvimento da Maçonaria da Marca na Inglaterra não se concentrou nas marcas em catedrais medievais, mas sim nas circunstâncias pelas quais as duas Grandes Lojas Maçônicas foram unidas em 1813. Os acontecimentos que levaram ao estabelecimento da GLMMM, em 1856, haviam sido vistos como defeitos surgindo do processo, o que fez com que as práticas dos rituais da Primeira Grande Loja e da Loja dos Antigos fossem amalgamadas. A fim de poder ajudar no estabelecimento de sua legitimidade, a GLMMM sentiu que talvez fosse necessário promulgar, em 1867, uma visão oficial de sua história que foi, alguns anos mais tarde, reimpressa no início de seus publicados procedimentos.[1] Esse documento proporciona a garantia histórica da GLMMM e, desde então, formou a redação histórica sobre a Maçonaria da Marca. Portanto, vale a pena descrevê-la em detalhes. Ela começa com uma extraordinária declaração de que a União, em 1813, não era entre as Grandes Lojas “Moderna” e dos “Antigos”, mas sim entre as Grandes Lojas que se reuniram em Londres e York. Provavelmente, isso foi para poder isolar a GLMMM da alegação, comum na época, de que a Grande Loja dos Antigos fosse um grupo separatista cismático. A Grande Loja de Toda a Inglaterra, que se reuniu em York no século XVIII, era um organismo totalmente diferente, embora haja evidência de que também usasse o Grau da Marca. Esses são assuntos complexos, mas, ao declarar que “a Grande Loja, reunindo-se em York desde tempo imemorial”, fosse uma das partes na união de 1813 e que Lojas reunindo-se sob essa Grande Loja praticassem regularmente o Grau da Marca, o relato oficial da história da GLMMM evidentemente refletia a preocupação a respeito de suas origens.

A história oficial continua ao declarar que o Grau da Marca fora abolido com a União e que os autores da União haviam falsamente declarado que partes do Grau da Marca haviam sido incorporadas no Grau de Mestre Maçom. E continua:

“Apesar dessa declaração, o Grau da Marca continua sendo extensivamente operado nos distritos norte e central da Inglaterra; em alguns casos, em Lojas mantidas sob sua constituição imemorial derivada da Grande Loja de York Old Athol; em outros casos em conexão ou sob a autoridade de Acampamentos dos Cavaleiros Templários; e ainda em outros lugares, o Grau continua sendo conferido (e isso até recentemente) em uma Loja de Companheiros de Ofício; a Loja ou Lojas que assim conferem o Grau estão sob a jurisdição da ‘Grande Loja Unida da Inglaterra’; o fato de o Grau ser assim conferido provavelmente não seja de conhecimento desse último organismo. As mesmas circunstâncias, embora até certo limite, foram encontradas existindo no sul da Inglaterra”.[2]

Neste livro, ao enfatizar a antiguidade do Grau, a história oficial também insinua que as províncias mantiveram uma versão mais autêntica da Maçonaria do que a da GLUI metropolitana. Ao fazê-lo, ela atinge a GLUI sugerindo que não soubesse o que suas Lojas provinciais faziam. A história continua enfatizando ainda mais como a incompetência da GLUI e a maneira pela qual a União fora administrada haviam criado uma grande confusão – ela comenta que a Escócia, a Irlanda e a América consideravam o Grau da Marca como “parte essencial e integral da Antiga Maçonaria”. De acordo com a descrição de Robert Cooper, mais adiante, sobre a posição da Maçonaria da Marca na Escócia, essa é novamente uma visão insincera da complexa situação escocesa e, de maneira particular, a dimensão pela qual os que, primeiro, criaram a Grande Loja da Marca contribuiu com que essa confusão fosse dissimulada.

Declara a história oficial que, para “remediar esse estado de confusão e restaurar o Grau à sua legítima posição na situação maçônica”, foi realizada uma tentativa, em 1855, para conseguir o reconhecimento do Grau pela GLUI e um comitê constituído por membros da GLUI e do Supremo Grande Capítulo foi nomeado a fim de considerar o assunto. Esse comitê informou que o Grau da Marca não era um aspecto essencial da Maçonaria, mas apenas um “gracioso apêndice”. Esse relatório foi adotado pela GLUI em março de 1856, mas “não confirmado” em sua seguinte reunião – eventos que a história oficial apresenta como sendo a causa imediata do estabelecimento da Grande Loja.

É interessante o fato de a história oficial novamente passar por cima de alguns acontecimentos potencialmente embaraçosos. Ela se refere em passar para a Loja da Marca Bon Accord, “recentemente estabelecida em Londres”. De fato, essa Loja havia sido estabelecida poucos anos antes por um mandato da Escócia de dúbia legalidade maçônica – e, novamente, achamos que a história oficial está ansiosa em contestar qualquer sugestão de que seu estabelecimento representasse um movimento de cisão. Somente depois de descrever como a GLUI deixara de aceitar as recomendações de seu próprio comitê é que a história oficial explica que o Supremo Grande Capítulo do Arco Real da Escócia havia levantado dúvidas sobre a legitimidade da Loja da Marca Bon Accord, de Londres. A história oficial enfatiza que o caso não fora comprovado, mas segue descrevendo como, apesar disso, “diversos maçons sinceros” haviam conseguido autorizações do SGCAR escocês para operar o Grau da Marca.

A história oficial sugere que as ações da GLUI haviam criado uma confusão intolerável e o risco de uma jurisdição maçônica estrangeira intrometer-se na Inglaterra. Isso levou à decisão “de constituir uma Grande Loja com jurisdição sobre o Grau da Marca neste país e suas dependências”. Os membros da Loja da Marca Bon Accord convocaram uma reunião para constituir uma Grande Loja da Marca, durante a qual foram apoiados pelas existentes Lojas de “tempo imemorial” de Newcastle, Bath e Londres, bem como de outras Lojas. A história oficial alegou que, com isso, as Lojas, que formavam a Grande Loja da Marca, estivessem agindo de acordo com precedentes estabelecidos na formação da Primeira Grande Loja pelas quatro Lojas existentes, em 1717, e pela posterior formação desses organismos, como sendo o Supremo Grande Capítulo do Arco Real da Escócia. A legitimidade e respeitabilidade da nova Grande Loja são enfatizadas pela declaração de encerramento da história oficial de que o primeiro Grão-Mestre da GLMMM, lorde Leigh, era “um maçom constitucional pleno e um amigo pessoal do Venerável Grão-Mestre da Inglaterra”.

Essa história oficial da GLMMM é uma tentativa cuidadosamente engendrada para estabelecer a legitimidade histórica do novo organismo e para sugerir que sua criação originava-se na deturpação da autêntica tradição maçônica, na época da União das Grandes Lojas, e da posterior má administração da GLUI, de modo particular, sua insensibilidade às solicitações das Lojas provinciais e coloniais. Essa história oficial exerceu uma profunda influência sobre a posterior discussão da história da GLMMM. Influenciados pela história oficial de 1867, os autores que descreveram as circunstâncias da criação da GLMMM concentraram-se mais sobre a natureza da União, em 1813, do que sobre os eventos imediatos entre 1855 e 1857. Além disso, grande parte da discussão do ritual da Marca focalizou-se sobre a situação antes de 1813, em uma tentativa de estabelecer que o Grau tenha realmente a antiguidade que lhe foi reivindicada, assim como a tentativa de reconstruir as características do sistema maçônico antes de 1813, na aparente esperança de que isso pudesse ajudar na recuperação da antiga sabedoria esotérica. Se quisermos apreciar melhor o mais amplo significado da Maçonaria da Marca, na história dos séculos XVIII e XIX, é fundamental tentar afastar-se da sombra criada pela história oficial.

A Grande Loja da Marca e a Guerra da Crimeia

A criação da Grande Loja da Marca, em 1856, resultou da curta mas profunda crise política e social causada pela desastrosa administração da Guerra da Crimeia. Em dezembro de 1854, The Times iniciou suas famosas revelações expondo as terríveis condições das tropas britânicas que assediavam a cidade de Sebastopol. As consequências das mesmas sobre o humor nacional, durante a primeira metade de 1855, foram vivamente descritas por Olive Anderson:

“Durante vários meses, a guerra provocou um humor de autoprocura que dificilmente pode ser comparado a qualquer outro momento na ‘idade do equilíbrio’, em meados do período vitoriano. Durante os primeiros seis meses de 1855, em quase todos os níveis sociais articulados e para homens de perspectivas totalmente diferentes, a guerra representava um inelutável desafio que ameaçava o preciosismo, os compromissos e os velhos hábitos, que proporcionavam à sociedade inglesa sua estabilidade e coesão. O que Bagehot chamaria de ‘bolo de coesão’ parecia quebrar-se em fragmentos”.[3]

A má administração era considerada consequência da velha e inflexível liderança aristocrática. As classes médias provinciais, cada vez mais prósperas, estavam enfurecidas com a falta do governo em exibir o tipo de espírito prático e pragmático com o qual estavam familiarizadas na vida comercial. Em sua opinião, as guerras eram vencidas pela eficiência e pela experiência prática e não pelo privilégio do nascimento ou pela “coragem em ação”. Organismos como a Associação da Reforma Administrativa argumentavam pela criação de uma sociedade mais meritocrática com o slogan “o Homem Certo no Lugar Certo”.[4] Tal como a revista Punch escreveu:

“Não mais seremos governados por homens

Cuja única qualificação

Não seja habilidade e conhecimento,

Mas Grau ou posição”.[5]

A cruzada pela reforma e o ataque ao privilégio aristocrático estenderam-se além do Gabinete da Guerra. O entusiasmo pelo prático conhecimento comercial levou a importantes reformas em instituições como o serviço civil, as universidades e o governo local. Importantes reformas legislativas foram introduzidas, como a Responsabilidade Limitada, as Leis das Sociedades Anônimas e a abolição dos direitos compulsórios do selo em periódicos. Para citar novamente Olive Anderson, “uma das mais impressionantes características do humor nacional, durante o início da primavera e do verão de 1855, foi sua concentração em instituições domésticas, tanto políticas quanto sociais, como explicação pelos desastres”.[6] As reformas sociais realizadas por essa crise nacional de confiança eram amplamente abrangentes: pela primeira vez, as bibliotecas públicas tiveram permissão de usar dinheiro público para comprar livros; as taxas para o registro de associações beneficentes foram abolidas e uma infinidade de legislações complicadas, como as que regulamentam o embarque mercantil, as ferrovias e os canais, foi consolidada e racionalizada.

Embora a má administração da guerra proporcionasse o imediato catalisador para essas reformas, elas refletiam modificações profundas na sociedade britânica. A primeira onda de industrialização levara a enormes mudanças na população e na riqueza, mais visivelmente expressas pelo crescimento de novos municípios industriais e cidades no norte e no centro da Inglaterra, e a crescente proeminência das províncias na vida econômica, social e cultural da nação seria ainda mais intensificada com a expansão da rede ferroviária. Além disso, tal como Theodore Koditschek descreveu em seu relato sobre a história social de Bradford entre 1750 e 1850, o período entre 1825 e 1850 presenciou o surgimento de uma nova leva de empreendedores urbanos:

“Como os jovens eram geralmente imigrantes, não conformistas e cujos países de origem fossem, muitas vezes, relativamente humildes e pertencendo à classe média ou à classe operária, a nova burguesia não era apenas constituída de uma nova geração de elite, mas de um grupo social completamente distinto. Na maioria dos casos, esses homens não tinham qualquer relação familiar com o tradicional estabelecimento do Anglican Tory [Conservadorismo Anglicano], cujos membros monopolizavam as tradicionais instituições culturais e políticas da cidade”.[7]

Esse novo grupo de homens queria instituições que lhes proporcionassem uma voz política e social. Ao contemplar a catástrofe ambiental que a industrialização produzira em cidades como Bradford, eles buscavam meios de tornar a vida em cidades provinciais mais saudáveis e agradáveis. Eles apoiaram as novas reformas governamentais locais, que procuravam melhorar a provisão da saúde pública. As recorrentes crises econômicas dos anos de 1830 e 1840 haviam desaparecido e, a partir de 1850, essa nova classe média tinha mais tempo livre e mais dinheiro, e olhava com desdém para os tradicionais passatempos grosseiros e próprios de alcoólatras da aristocracia e da classe operária – em sua opinião, as atividades de lazer tinham de ser racionais, respeitáveis e melhoradas.[8]

O processo da busca espiritual, impelido pela má administração da Guerra da Crimeia, afetou todas as instituições nacionais, inclusive a Maçonaria. Esta era dirigida por uma velha liderança whig [Partido Liberal]. O Grão-Mestre, lorde Zetland, “um estável partidário dos princípios whig”, interessava-se muito mais pelos distintos e pouco respeitáveis prazeres do hipódromo do que pela reforma social. Em sua morte, The Times observou que “é de se duvidar se qualquer vitória política lhe dera uma satisfação maior do que o sucesso de seu cavalo Voltigeur, vencedor do Derby em 1850”.[9] De fato, Zetland foi acusado por Henry Warren, o editor da influente revista Freemasons’ Magazine and Masonic Mirror, de não participar das sessões da Grande Loja por causa de suas reuniões no hipódromo.[10] O adjunto de Zetland, lorde Yarborough, também um velho aristocrata, mais lembrado por ter dado seu nome a uma jogada de bridge,[11] sofreu um derrame em 1857. A insensibilidade de Zetland com respeito às mais amplas mudanças políticas e sociais na sociedade inglesa, nessa época, é refletida em sua escolha do sucessor de Yarborough como Grão-Mestre Adjunto – lorde Panmure, que havia sido nomeado secretário da Guerra por Palmerston, em fevereiro de 1855, na tentativa de melhorar a eficiência da administração do Gabinete da Guerra. Apesar de sua grande autoconfiança e energia, Panmure provou ser incapaz de realizar uma reforma efetiva da máquina militar e, em 1856, foi pivô de ferozes críticas no gabinete, no parlamento e em todo o país. Panmure foi uma grande surpresa na escolha por qualquer alta função na GLUI, pois era um maçom escocês que não ocupara, recentemente, qualquer função superior na Maçonaria Inglesa e, durante alguns anos, não havia sido um maçom particularmente ativo. As críticas levantadas pelo Gabinete da Guerra, por Panmure não ser “o homem certo no lugar certo” e por ele personificar as ineficiências de um sistema aristocrático de apadrinhamento, poderiam ser, e eram, com respeito à sua nomeação a Grão-Mestre Adjunto por Zetland.

Em 1855, um acontecimento pareceu confirmar que a GLUI havia sido afetada pelo mesmo sentimento de ineficiente liderança aristocrática e pela burocracia não reformada, chegando a atingir amplamente a sociedade britânica: um grupo de maçons canadenses havia formado sua própria Grande Loja. Esse acontecimento-chave foi analisado extensivamente por James Daniel em um documento que aparecerá em uma futura edição de Ars Quatuor Coronatorum; portanto, não há necessidade de descrevê-lo em detalhe neste momento. O ponto fundamental é que ele desencadeou críticas contra a administração da GLUI que, nessa época, faziam eco às críticas feitas por muitas outras instituições. Em 1856, outro periódico maçônico foi lançado, o Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle, cuja tônica fosse talvez mais exacerbada que a de qualquer outro periódico anterior ou desde então, mas refletindo o tipo de retórica comum ao final da Guerra da Crimeia. A primeira edição declarava que “O executivo (da GLUI) não havia somente mal administrado nossos assuntos, mas estava determinado, se possível, a reprimir a discussão e, por arbitrariedade e conduta inconstitucional, a despojar o grande organismo da Maçonaria de sua indubitável e suprema autoridade”.[12] Ou novamente:

“Em sua maioria, os membros do tablado são dignos e excelentes maçons; mas, qualquer que seja a causa, é certeza que, coletivamente, não somente eles se opõem a toda medida útil que é apresentada, como também assumem o ar consciente de uma superioridade condescendente para com o grande organismo da GL, tanto ofensivo quanto ridículo”.[13]

Os dirigentes da GLUI foram comparados aos pássaros dodôs:

“…as relíquias de algo que possa ter existido em outra fase da vida humana, mas que hoje desconcerta os homens, pasmam a imitação e desafiam as leis da razão. A ingênua crença em seu inerente direito de governar, a simplicidade de sua fé em todos os pequenos meios para evitar os pontos reais em questão e mascarar suas intenções… é realmente bem patético”.[14]

A respeito do escritório do Grande Secretário, foi declarado que “qualquer empresa comercial faliria em uma semana caso fosse administrada da mesma maneira”[15] – precisamente o tipo de crítica que estava sendo dirigida ao Gabinete da Guerra.

O Masonic Observer [Observador Maçônico] era o porta-voz de um grupo fechado, cujos principais representantes verbais eram o cônego George Portal, o parlamentar por Hampshire, William Beach, e lorde Carnarvon.[16] Conforme o discurso de James Daniel, citado a seguir, os três eram grandes amigos e vizinhos. Esse trio surgiu como líderes do movimento para a reforma da GLUI, com Carnarvon, de modo particular, sendo ativamente promovido como um futuro governante. Os três eram jovens tories [conservadores] e suas atividades na GLUI, particularmente a promoção de Carnarvon, aparentemente refletia a crença de que era necessário que a aristocracia abrisse o caminho para a reforma a fim de prevenir uma catástrofe social – uma perspectiva evidente de suas expectativas era que “a liderança da nobreza e da burguesia de cada município devesse dar à Maçonaria seu apoio e influência”.[17] Na Grande Loja, o apoio para o que poderia ser chamado de grupo Observador Maçônico consistia de homens que, mais tarde, se encarregaram do estabelecimento da Grande Loja da Marca, tal como o advogado e ex-secretário da Comissão de Registros, Charles Purton Cooper, Grão-Mestre Provincial de Kent,[18] e Lewis Aria, um judeu de Portsmouth que acumulara fortuna na Jamaica.[19]

O debate logo se estendeu e foi além da questão canadense para a questão do relacionamento geral das províncias com a GLUI, considerada como sendo dominada pelos maçons de Londres. A retórica usada pelo Masonic Observer para promover a demanda dos maçons provinciais dava eco à linguagem usada nesse momento por cidades como Bradford e Birmingham, que exigiam uma aprimorada representação parlamentar e uma maior participação nos assuntos da nação:

“Atualmente, as províncias pouco se preocupam com o que acontece em Londres; é como se tudo estivesse acontecendo em Nova York… os membros de Londres usurparem a regência da Maçonaria seria o mesmo que os membros metropolitanos virem a monopolizar o governo da Inglaterra… Por que a escolha de oficiais eletivos da Maçonaria deve ser virtualmente colocada nas mãos de uma centena de Lojas de Londres, enquanto as províncias têm tanto a ver com essas eleições quanto teriam a ver com a eleição de Sua Santidade o Papa?”[20]

O Masonic Observer promoveu uma série de iniciativas a fim de reduzir o poder da “Turma de Londres”. Ele anunciava uma “reunião provincial” no período das comunicações trimestrais, da qual Portal era o tesoureiro, e procurou, nas sessões da GLUI, tornar a participação dos maçons provinciais mais atrativa, oferecendo-lhes uma refeição e uma companhia agradável.[21] Ele apoiava a campanha de Carnarvon na Grande Loja, por meio da publicação e distribuição antecipadas de um programa e documentos para as comunicações trimestrais, a fim de que os maçons provinciais pudessem decidir se queriam participar ou não. A campanha de Portal para conseguir informações sobre a frequência das sessões das grandes Lojas provinciais e a identificação de Grão-Mestres Provinciais negligentes foi entusiasticamente reportada. O Masonic Observer declarou que a máquina maçônica provincial podia ser revitalizada pela nomeação de homens de influência local e pela provisão de maiores informações sobre as atividades provinciais. Em 1857, a província maçônica de Oxfordshire, da qual Portal era Grande 1º Vigilante, publicou o primeiro anuário provincial.

O desenvolvimento desse movimento para a reforma da organização provincial da Maçonaria Inglesa foi revisado por Aubrey Newman em sua Palestra Prestoniana de 2003, e não é necessário repetir aqui sua análise. O ponto focal é que essa pressão para uma maior voz provincial refletia preocupações sociais mais amplas. Realmente, a descrição dos maçons provinciais, que compareciam à Grande Loja para ouvir Carnarvon falar da impressão de um documento de ordem para a Grande Loja, envolve a forma pela qual a Inglaterra provincial promulgava sua voz nos anos de 1850:

“Quando o Old Highlander disse que ‘Londres estava bem longe’, provavelmente queria dizer o mesmo que as autoridades de nossa Grande Loja pensavam – se for verdade que realmente se preocupavam com nossas Lojas provinciais… hoje há ferrovias que convergem para Londres de todas as partes do país e, em 1º de outubro, os representantes das Lojas provinciais compareceram dos quatro cantos da Inglaterra para dar apoio à moção de Carnarvon… Daqui por diante, as Lojas provinciais estarão cientes dos assuntos a ser discutidos na Grande Loja, assim como terão a opção de expressar suas opiniões a respeito. Agora, depois de muitos anos de exílio, elas readquirem sua própria presença e novamente se juntam à comunhão da Maçonaria Inglesa”.[22]

A posição da Maçonaria da Marca envolveu-se logo nesse maior debate. O status do Grau da Marca havia sido uma questão para os maçons canadenses, conforme indicou o Masonic Observer. Apesar de o Masonic Observer iniciar sua publicação, após a ocorrência da primeira sessão da Grande Loja da Marca, a Maçonaria da Marca tornou-se logo um aspecto proeminente de suas páginas. Grande parte de seus relatos sobre as sessões maçônicas dizia respeito às sessões de Lojas da Marca de todo o ano de 1857; ele publicava anúncios convidando Lojas a se filiarem à nova Grande Loja, anúncios parecidos aos que The Times publicara no ano anterior. O Masonic Observer informou como, em 10 de maio de 1857, lorde Carnarvon fora avançado a Mestre Maçom da Marca, em uma sessão da Loja da Marca Bon Accord, em Londres, na presença de Portal, de Beach e de lorde Leigh.[23] Em junho de 1857, o Observer publicou um longo editorial sobre as ligações entre a Maçonaria da Marca e a questão canadense, que afirmava o direito de Mestres Maçons da Marca em formar uma Grande Loja, que assegurasse a prevenção da “burocracia” da GLUI e criasse uma organização “ao mesmo tempo nacional e abrangente”.[24] Durante uma sessão de Mestres Maçons da Marca convocada por lorde Leigh, em maio de 1857, a indignação foi expressa com relação às observações de John Havers que:

“…negava absolutamente a antiguidade desse Grau e que nunca estivera sob jurisdição da Grande Loja, e queria que os Irmãos não fossem enganados, mas deviam entender que o Grau era uma inovação recente e moderna e que nunca fizera parte da Maçonaria Antiga… Ele também fazia exceção a outro comentário na carta de Sua Senhoria, na qual o lorde fazia alusão à extensa influência do Grau em todo o país. Agora, ele (Irmão Havers) negava definitivamente que sua influência fosse extensa e acreditava possível dizer que qualquer influência da mesma havia sido adquirida tão somente pelos esforços de alguns maçons zelosos que começaram, em 1851, a operar o Grau em Londres”.[25]

Havers, um bem relacionado e próspero médico de Londres, parecia minimizar a orientação metropolitana da Grande Loja e, ao negar dessa forma a importância do Grau da Marca, parecia estar confirmando que a GLUI estivesse desconectada da Maçonaria fora de Londres. Os maçons da Marca das províncias inglesas e das colônias insistiam que o Grau da Marca fosse, de fato, bem conhecido fora de Londres.

Seria uma simplificação exagerada ver a criação da Grande Loja da Marca apenas como um subproduto das tensões criadas pelo grupo do Masonic Observer. Embora lorde Leigh, o primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da Marca, tivesse muito em comum com Carnarvon, ele não estava diretamente associado ao Masonic Observer e, de fato, mantinha relações amigáveis com Zetland. Parece que a preocupação imediata de Leigh eram as alfinetadas de Henry Warren, na revista Freemasons’ Magazine, que questionavam a legalidade do Grau da Marca logo após Leigh ter se tornado Mestre de uma Loja da Marca em Londres. Ainda há muito trabalho a ser feito na investigação das conexões e nos alinhamentos políticos das pessoas envolvidas no estabelecimento da Grande Loja. Contudo, a Grande Loja da Marca foi o produto de um específico momento histórico e da imediata crise social e política que caracterizaram os anos de 1855-1856. Isso refletia um amplo antagonismo para com os valores antiquados e aristocráticos orientados por Londres e representados por homens como Zetland, Panmure e Havers.

As Raízes Sociais da Nova Grande Loja

A Maçonaria da Marca foi um veículo bem escolhido para promover uma nova abordagem à Maçonaria. Ela tinha ligações com os movimentos dos anos de 1830 e 1840, que procuraram criar uma Maçonaria socialmente orientada e declaradamente religiosa. Essa Maçonaria reformista estava associada ao físico Robert Crucefix e seu foco era a campanha para estabelecer um asilo para “Dignos e Velhos Maçons”, hoje a Real Instituição Beneficente Maçônica. O duque de Sussex, enquanto Grão-Mestre, favoreceu um sistema de anuidade. O conflito sobre essas duas abordagens à caridade maçônica refletia o mais amplo debate quanto à forma de proporcionar apoio financeiro aos desempregados e aos idosos, um debate que foi incentivado pela New Poor Law [Lei dos Novos Pobres]. Em 1834, o ano em que foi introduzida a Poor Law [Lei dos Pobres], Crucefix lançou a revista Freemasons’ Quarterly Review, para ajudar a gerar apoio para o asilo. Entretanto, a Freemasons’ Quarterly Review era mais do que um simples meio de levantar fundos para o asilo. Ela defendia uma Maçonaria que fosse mais proeminente na sociedade e tivesse um maior interesse em questões sociais, com raízes mais fortes nas províncias e ligações mais próximas junto às classes médias – uma força para o aprimoramento moral. Acima de tudo, Crucefix empreendeu um interesse ativo na promoção das ordens cristãs e foi o primeiro Soberano Grande Comendador de um Conselho Supremo do Grau 33 para a Inglaterra e o País de Gales. Crucefix também promoveu o trabalho de George Oliver, que se tornaria o ideólogo da Maçonaria Vitoriana, e também visualizava uma Maçonaria a serviço da Cristandade.

Embora o próprio Crucefix tenha tomado o Grau da Marca na Irlanda,[26] é fascinante notar que ele possuía a cópia do Book of Constitutions [Livro das Constituições], de 1723, o qual contém as mais antigas referências conhecidas sobre a Maçonaria da Marca. George Oliver referiu-se ao Grau da Marca em suas influentes publicações[27] e foram, sem dúvida, essas referências que, em 1850-1851, encorajaram um grupo de maçons de Londres a procurar mais informações sobre a forma pela qual o Grau da Marca era praticado na Escócia, o que levou ao estabelecimento da Loja da Marca Bon Accord, em 1851. É importante mencionar que, entre os maçons de Londres que receberam o Grau da Marca, de Robert Beveridge, em 1851, estavam Richard Graves, Past Master da Bank of England Lodge nº 243, intimamente associada às campanhas de Crucefix, e Richard Spencer, o editor de Oliver, que assumira a publicação da revista Freemasons’ Quarterly Review, em 1850. Na primeira sessão da Loja da Marca Bon Accord, os candidatos avançaram, inclusive dois outros distintos membros da Loja Bank of England, o famoso regente de orquestra, Michael Costa, e seu irmão, Rafael. As disputas jurisdicionais desencadeadas pela criação da Loja da Marca Bon Accord são descritas e discutidas sob vários ângulos nos ensaios do presente volume por Peter Glyn Williams, Robert Cooper e Neville Barker Cryer. Entretanto, um relato superficial sobre a criação da Loja da Marca Bon Accord poderia dar a impressão de que esses problemas fossem simplesmente criados por alguns maçons especuladores londrinos intrigados com o que para eles era um novo aspecto da Maçonaria. Havia entre os envolvidos na criação da Loja da Marca Bon Accord alguns estudiosos maçônicos experientes como Spencer. Eles viam claramente que a Maçonaria da Marca era algo que faltava na Maçonaria, que vieram a conhecer em Londres, e como algo que poderia ajudar a contribuir com a visão da Maçonaria enunciada por Crucefix.

O ambiente no início da Loja da Marca Bon Accord, em Londres, requer maiores investigações por meio dos muitos periódicos e publicações maçônicos da época e, indubitavelmente, os escritos de George Oliver são uma importante fonte na compreensão da visão dos fundadores da Loja da Marca Bon Accord; Robert Cooper sugere que, em um determinado nível, a introdução do Grau da Marca da Escócia, em Londres, pode ser considerada a “vingança dos operativos”. Esse é um aspecto do interesse na Maçonaria da Marca que pode ser considerada uma área proveitosa a ser explorada em futuras pesquisas. Peter Bailey, em seu estudo do lazer na Inglaterra vitoriana, enfatiza como, a partir de 1850,[28] as novas classes médias estavam ansiosas em promover novas formas de recreação para a classe operária, que era mais sóbria e determinada, o que também promoveria a harmonia social. Seria possível imaginar que parte da atração pela Maçonaria da Marca, no início dos anos de 1850, fosse porque podia ser visualizada como celebrando as virtudes dos artesãos e podendo oferecer um meio para atrair as respeitáveis classes operárias de volta à Maçonaria.

Certamente, a Maçonaria da Marca na Inglaterra provincial, durante o período de 1850 a 1856, refletiu modificações nos padrões do lazer. A Maçonaria sofreu muito durante os anos de 1830 e de 1840, quando de sua associação com as elites aristocráticas e anglicanas; isso pode ter sido um dos fatores resultantes da crise de filiação maçônica, nos anos de 1820 e 1830, relatada por vários comentaristas, porém nunca propriamente investigada. De modo particular, a bebida era proeminente nos procedimentos maçônicos em uma época em que os reformistas da classe média desencorajavam as atividades sociais associadas a muita bebida alcoólica. Já nos anos de 1850, as classes médias tinham mais tempo de lazer, mas não sabiam o que fazer com ele. A revista Saturday Review publicou o seguinte comentário:

“Foi muito bom termos conseguido nos curar dos hábitos ancestrais do alcoolismo, mas não há dúvida de que a conquista moral deixou um grande vazio em nossa existência social… os homens costumavam alcoolizar-se e agora são sóbrios; e a dona da casa, que os enxotava nos dias de bebedeira, é obrigada a ouvir o peso de suas reformas e inventar entretenimentos para ocupar as horas monótonas da sobriedade”.[29]

Entretanto, havia uma ansiedade em não desperdiçar esse tempo de lazer com atividades sem objetivo – os entretenimentos devem ter um aprimorado e edificante propósito, tal como um autor escreveu:

“O entretenimento não é ou não deveria ser um passatempo criado para o prazer que ele proporciona, mas um ato de dever empreendido por conta do poder posterior que ele gera, assim como o subsequente proveito (presumidamente, o aprimoramento pessoal e não o proveito financeiro) que ele assegura”.[30]

Evidentemente, a Maçonaria era uma atividade de lazer que poderia adequar essa prescrição desde que fosse dissociada da bebida. A forma pela qual a filiação nas Lojas maçônicas refletia mudanças sociais mais amplas é visível na Loja Hope [Esperança], hoje de nº 302, em Bradford. A primeira onda da industrialização em Bradford, de 1750 a 1810, já fragmentara a comunidade tradicional da cidade.[31] As elites anglicanas distanciaram-se dos desenvolvimentos industriais da cidade, enquanto os novos capitalistas, uma vez enriquecidos, procuraram se juntar às fileiras das elites. Centros tradicionais da comunidade, como a igreja e o mercado, tornaram-se menos importantes, enquanto o número de hospedarias crescia cada vez mais, à medida que o foco da vida cultural e comunitária, tal como Theodore Koditschek enfatizou sobre a forma pela qual diferentes grupos sociais associaram-se a certas hospedarias, refletia o processo da fragmentação social.

No período de seu estabelecimento, de 1794 a 1810, a Loja Hope foi evidentemente uma dessas organizações que procurou preservar o antigo sentido de comunidade. Sua filiação era dominada pelos donos de Lojas, artesãos e homens ligados à escala menor do estilo antigo do comércio da lã, como classificadores de lã e outros artífices.[32] A partir de 1810, a revolução industrial urbana de Bradford tomou forma; sua produtividade aumentou 13 vezes e, em 1850, Bradford tornou-se a oitava maior cidade da Inglaterra. Ao mesmo tempo, e a partir de 1810, o caráter da filiação da Loja Hope mudou dramaticamente – a filiação começa a ser dominada pelos fabricantes e por homens profissionais bem-sucedidos, como o corretor G. R. Mossman.[33] Essa mudança na natureza da Loja recebeu uma expressão física em 1828, quando a Loja mudou seu local de sessão de uma hospedaria (significativamente, a Loja nunca se reunia na mais prestigiada hospedaria de Bradford, The Sun, mas sim na menos respeitável, New Inn) para um templo maçônico especialmente construído. A partir dos anos de 1840, conforme mencionado anteriormente, um novo tipo de empresariado capitalista surgiu em Bradford – homens bem-sucedidos, muitas vezes imigrantes, e geralmente não conformistas. Em 1843, a primeira iniciação de um cidadão alemão na Loja, Julius Bardoff, foi registrada como um evento significativo.[34] Em poucos anos, a filiação dessa Loja viria a ser dominada por esse novo tipo de empresariado capitalista, formada por homens como Jacob Unna, um imigrante alemão com modestos antecedentes, que estabeleceu um próspero negócio de exportação em Bradford e foi Mestre da Loja Hope nos anos de 1850.[35]

 

 

 

[1]. GLMMM. Atas, 3 de dezembro de 1867, p. 3-6.

 

[2]. Ibid. p. 3.

 

[3]. O. Anderson, A Liberal State at War: English Politics and Economics During the Crimean War (1967), p. 27.

 

[4]. Ibid., p. 106-107.

 

[5]. Ibid., p. 112.

 

[6]. Ibid., p. 171.

 

[7]. T. Koditschek, Class Formation and Urban-Industrial Society: Bradford, 1750-1850 (1990), p. 179.

 

[8]. P. Bailey, Leisure and Class in Victorian England. Rational Recreation and the Contest for Control, 1830-1885 (1978), p. 35-79.

 

[9]. Obituário do lorde Zetland: The Times, 7 de maio de 1873, p. 5.

 

[10]. Freemasons’ Magazine and Masonic Mirror, nova série, 2 (1856), p. 43.

 

[11]. De acordo com o OED, “uma mão que não tem nenhuma carta superior a 9”, assim chamada porque lorde Yarborouth apostou 1.000 por 1 contra a ocorrência de uma tal mão.

 

[12]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 1 (out. 1856), p. 2.

 

[13]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 2 (dez. 1856), p. 2.

 

[14]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 3 (dez. 1856), p. 2

 

[15]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 2 (dez. 1856), p. 2.

 

[16]. A. Newman, The Contribution of the Provinces to the Development of English Freemasonry, The Prestonian Lecture for 2003 (2003), p. 12-17.

 

[17]. Newman, op. cit, p. 14.

 

[18]. Sobre Cooper, ver o relato de sua vida no Oxford Dictionary of National Biography, e J. Cantwell, The Public Record Office 1838-1950 (1990). Cooper foi um reconhecido defensor da reforma legal e partidário da Associação da Reforma Administrativa. Também foi um prolífico contribuinte da revista Freemasons’ Magazine.

 

[19]. R. A. Peel, The Portsmouth Grammar School and Aria College (1999).

 

[20]. Newman, op. cit, p. 15.

 

[21]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 2 (nov. 1856), p. 7.

 

[22]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 1 (out. 1856).

 

[23]. Masonic Observer and Grand Lodge Chronicle 6 (jun. 1857), p. 15.

 

[24]. Ibid., p. 3.

 

[25]. Ibid., p. 13-15.

 

[26]. Arch and Rainbow, p. 215-216; W. J. Waples, “Mention of Making a Mark Mason in a Resolution dated 19 January, 1756”, AQC 81 (1968), p. 260-265.

 

[27]. Por exemplo, Oliver, Historical Landmarks, p. 422, nº 43, publicado em 1845-1846, cita como evidência do caráter cristão da Maçonaria “o fato de que na América e em outros países o encargo assumido na abertura de uma Loja de Maçom da Marca é exclusivamente assumido a partir dos escritos no Novo Testamento e refere-se à rocha viva de nossa salvação”. Em seu Dictionary of Symbolical Masonry, publicado por Spencer em 1853, p. 224, Oliver antecipa as conclusões do relatório GLUI de 1856 sobre o Grau, declarando que “o Grau de Mestre Maçom da Marca pode ser considerado como um anexo ao do Companheiro de Ofício, embora seja totalmente distinto e diferente do mesmo. A ordem e a harmonia que esse Grau transmitiu aos construtores do Templo em Jerusalém são incalculáveis; e, realmente, sem ele os muitos trabalhadores de diferentes nações estariam em permanente confusão”. Comentários como esses acabaram criando um interesse entre os leitores de Oliver sobre a Maçonaria da Marca.

 

[28]. Bailey, op. cit.

 

[29]. Ibid., p. 64.

 

[30]. Ibid., p. 67.

 

[31]. Para a sequência, ver Koditschek, op. cit.

 

[32]. Sobre a filiação da Loja Hope, ver os registros de filiação na Biblioteca e Museu da Maçonaria.

 

[33]. Sobre Mossman, ver Koditschek, op. cit., p. 120, 178. Mossman foi iniciado na Loja Hope em 30 de julho de 1810.

 

[34]. Freemasons in Bradford 1713-1913 (1913).

 

[35]. Sobre Unna, ver Koditschek, op. cit., p. 172.

 

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